Empreiteiro da UTC diz que empresa doou R$ 1 milhão em esquema de propina para campanha de Renan Filho
Renan Filho é acusado de receber propina da UTC. Foto: reprodução/Facebook.
Apontado como líder do cartel de empresas envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras, o empresário Ricardo Pessoa, dono das empreiteiras UTC e Constran, disse aos procuradores da Operação Lava Jato que as doações feitas à campanha do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), ano passado, faziam parte do esquema de propina para manter os contratos com a estatal.
Segundo o empresário, o governador – filho de Renan Calheiros, presidente do Senado – recebeu R$ 1 milhão da UTC. Em matéria publicada neste sábado (16), na Folha de S. Paulo, ele explicou que a empresa repassou a propina em duas parcelas – em agosto e setembro.
O empresário fechou o acordo de delação premiada na última quarta-feira (13).
Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa disse que também fez acordo para confessar os crimes e afirmou que outros líderes do PMDB garantiram o apoio político necessário à sua permanência na estatal e receberam parte dos recursos desviados pelo esquema.
O empreiteiro apontou aos procuradores os nomes de pelo menos dez congressistas e de outro governador, além de Renan Filho, como beneficiários do esquema. Pessoa também indicou o ex-deputado federal João Pizzolatti (PP-SC), que já é alvo de um inquérito em andamento no STF (Supremo Tribunal Federal).
Além da UTC, seis empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato fizeram doações ao diretório do PMDB em Alagoas e à campanha de Renan Filho no ano passado. Ao todo, as empresas sob suspeita doaram R$ 7,7 milhões, o equivalente a 40% do que o governador gastou para se eleger.
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