Amargura, a síndrome de Saul
Por Pr Joanes Silva
A Bíblia narra a história de um homem que começou o seu
ministério com alegria e prosperidade, mas o encerrou com dor e
amargura.
No decorrer do tempo ele sofreu (sob a vista de Deus) com espíritos
amargos do absinto, os quais lhes perfuraram o coração e penetraram
profundamente em sua mente, a ponto de conduzir o seu ministério com
ciúme, inveja, dor, fracasso, vergonha, tragédia e, por fim, a própria
morte. Saul foi atormentado por um espírito que se chama AMARGURA. Ele
não foi vítima da amargura, mas foi precursor da mesma
Nos tempos dos reis da Bíblia, o governo de Seu povo era estabelecido
pelo próprio Deus, através dos relacionamentos com seus profetas na
terra.
A eleição de Saul
“E quando Samuel viu a Saul, o Senhor lhe respondeu: Eis aqui o
homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo” (I Sm. 9:17)
A eleição de Davi
“Assim fez passar Jessé a seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O Senhor não tem escolhido a estes. 11 Disse
mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os moços? E disse: Ainda falta o
menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé:
Manda chamá-lo, porquanto não nos assentaremos até que ele venha aqui (I
Sm. 16:17).
Saul, porém, governou sem autoridade, sem paz e com aflição interior.
Vejamos um pouco da história de amargura de Saul:
Saul é descendente de Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de
Becorate, filho de Afias, benjamita, homem de bens (I Sm. 9:1). A
família de Saul era nobre e poderosa. Era líder e comandante de guerra
em sua tribo, pois possuía muitas terras. Seu problema, porém era a
amargura, sobretudo depois que passou a governar a Israel.
“(…) E saía Davi aonde quer que Saul o enviasse e conduzia-se com
prudência, e Saul o pôs sobre os homens de guerra; e era aceito aos
olhos de todo o povo, e até aos olhos dos servos de Saul.
6 Sucedeu,
porém, que, vindo eles, quando Davi voltava de ferir os filisteus, as
mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul,
cantando e dançando, com adufes, com alegria, e com instrumentos de
música.
7 E as mulheres dançando e cantando
se respondiam umas às outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares,
porém, Davi os seus dez milhares.
8 Então Saul se indignou muito, e aquela palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares deram a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão só o reino?
9 E, desde aquele dia em diante, Saul tinha Davi em suspeita.
“(…) “Então Davi se levantou, e partiu com os seus homens, e feriu
dentre os filisteus duzentos homens, e Davi trouxe os seus prepúcios, e
os entregou todos ao rei, para que fosse genro do rei; então Saul lhe
deu por mulher a sua filha.
28 E viu Saul, e notou que o Senhor era com Davi; e Mical, filha de Saul, o amava.
29 Então Saul temeu muito mais a Davi; e Saul foi todos os seus dias inimigo de Davi.
30 E,
saindo os príncipes dos filisteus à campanha, sucedia que Davi se
conduzia com mais êxito do que todos os servos de Saul; portanto o seu
nome era muito estimado.
“1 E FALOU Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os seus servos, para que matassem a Davi. Porém Jônatas, filho de Saul, estava mui afeiçoado a Davi. 2 E
Jônatas o anunciou a Davi, dizendo: Meu pai, Saul, procura matar-te,
pelo que agora guarda-te pela manhã, e fica-te em oculto, e esconde-te. 3 E
sairei eu, e estarei à mão de meu pai no campo em que estiverdes, e eu
falarei de ti a meu pai, e verei o que há, e to anunciarei. 4 Então
Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e disse-lhe: Não peque o rei
contra seu servo Davi, porque ele não pecou contra ti, e porque os seus
feitos te são muito bons.
5 Porque expôs a sua vida, e
feriu aos filisteus, e fez o Senhor um grande livramento a todo o
Israel; tu mesmo o viste, e te alegraste; porque, pois, pecarias contra o
sangue inocente, matando a Davi, sem causa? 6 E Saul deu ouvidos à voz de Jônatas, e jurou Saul: Vive o Senhor, que não morrerá. 7 E Jônatas chamou a Davi, e contou-lhe todas estas palavras; e Jônatas levou Davi a Saul, e esteve perante ele como antes.
8 E tornou a haver guerra; e saiu Davi, e pelejou contra os filisteus, e feriu-os com grande matança, e fugiram diante dele. 9 Porém
o espírito mau da parte do Senhor se tornou sobre Saul, estando ele
assentado em sua casa, e tendo na mão a sua lança; e tocava Davi com a
mão, a harpa. 10 E procurou
Saul encravar a Davi na parede, porém ele se desviou de diante de Saul, o
qual feriu com a lança a parede; então fugiu Davi, e escapou naquela
mesma noite.
11 Porém Saul mandou mensageiros
à casa de Davi, que o guardassem, e o matassem pela manhã; do que
Mical, sua mulher, avisou a Davi, dizendo: Se não salvares a tua vida
esta noite, amanhã te matarão. 12 Então Mical desceu a Davi por uma janela; e ele se foi, e fugiu, e escapou.
A origem da amargura
Jhon Maxwell em seu livro, 21 Minutos de Poder na Vida de um líder, escreveu assim:
“Saul recebeu a unção de Deus, assumiu a posição de rei e tinha
potencial para se tornar um grande líder. Porém, ainda que não tivesse
nenhum limite externo que bloqueasse a sua liderança, ainda havia
limites internos em Saul, que tampava a sua visão. São eles: o
medo, a impaciência, a negação, a falsidade, o ciúme e a ira. Todos
fraquezas de caráter, que eram camuflados por sua larga arrogância”.
A amargura na vida de Saul não começou da noite para o dia, a
doença foi crescendo em leves níveis até chegar ao ápice de sua loucura!
Mas, a amargura não é uma doença só do passado. Contextualizando,
esse mal, que tem início com pequenas
feridas da alma,
se não tratada em tempo, inflama, infecciona e destrói profundamente as
emoções. Esse mal é corrosivo a ponto de poder gerar, num adulto,
enfermidades físicas como um câncer inexplicado.
Quase todas as feridas da alma têm suas origens muito cedo, lá na infância. Uma criança que nunca ouviu um
“muito obrigado” dos pais em sua casa, dificilmente vai ser grata dentro de casa ou em outro ambiente. Uma criança ‘educada’ a gritos como
“você não presta para nada!”, intimidadas moralmente com
dedos
no nariz ou violentadas fisicamente, dentre outras feridas no corpo e
na alma etc, certamente terá que esta criança ou adolescente terão
feridas profundas em suas emoções. O desrespeito e a desonra de seus
pais, tios ou avós lhe causarão problemas muitas vezes irreversíveis.
Crianças traumatizadas serão adultos doentes que gerarão novas crianças doentes
Quando alguém é ferido nas suas emoções, seu corpo físico cresce, mas
sua alma continua adolescente, que crescerão com aquela mesma educação
febril e traumática do passado, caso não haja uma intervenção
terapêutica e divina para a cura total da alma.
Quando o filho não é preparado para amadurecer, suas emoções infantis
permeiam toda a sua fase adulta. (leia artigo “Escolhe pois a bênção”).
Outro dia, lendo um livro de Craig Hill, descobri que a maioria dos presidiários norte americanos vive em prisões triplas:
físicas, emocionais e também espirituais. Numa
pesquisa de campo, realizado por uma TV local, foi revelado que a
maioria dos presos adultos odiava seu pai ou sua mãe. Que, suas
inclinações para a violência como homicídios e suicídios se davam por
causa de desejos de vinganças da vida que levaram na infância.
Andemos em Espírito
Voltando para a história de Saul, não podemos isolar a Davi homem
segundo o coração de Deus, com instrumentos de cordas e cânticos
espirituais, acalmava o espírito amargo de Saul. Tudo que aprendemos com
Davi, foi dependência Divina. Ainda que tocasse a harpa para acalmar ao
Rei, sua vida corria risco iminente. Uma possível alteração de humor
daquele comportamento ingrato, explosivo, egoísta e malicioso de Saul
poderia deixar Davi com sérios problemas.
Davi era chamado várias vezes para tocar seu
instrumento de alívio, tantos eram os momentos de amargura e aflição na vida do Rei.
Parte da história de Saul foi escrita por ingratidão, amargura, inveja, rebeldia e desejo de vingança. Em vez de agradecer, o Rei passou a odiar a Davi.
Ingratidão e Amargura são males às vezes insensíveis
e invisíveis para aqueles que disso desfrutam. As pessoas amargas são
infelizes, e, desejam que o meio em que vivem as agradem de forma total e
particular. As pessoas ingratas semeiam ingratidão e contagiam os bons
frutos que estão numa mesma cesta. Esse egoísmo, às vezes até mesmo
voluntário, é caraterístico de quem não vive feliz.
A falta de perdão aprisiona tanto a quem não perdoa quanto a quem
agrediu. Quando, porém, perdoamos, somos livres para viver uma vida
feliz!… Viver feliz ou viver infeliz, esta história depende de nossas
escolhas.
Saul escreveu a sua própria história, Davi entregou a
história de sua vida ao coração de Deus. E você? Como gostaria de
escrever a sua história? Uma história de bênção ou uma história
de maldição? Se você fez a escolha certa, então, humilhe-se para
receber a cura da enfermidade de sua alma! Um coração ingrato atrai
amargura.
DIGA NÃO À AMARGURA AINDA HOJE MESMO E SEJA LIVRE DE VERDADE!!!!!
“Se vivemos em espírito,
andemos em espírito” (Gal. 5:25).