quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

ATUAL CAMPEÃO BRASILEIRO SOFRE NO PERU...
Altitude, apagão, vestiário sem água e 
racismo: a saga do Cruzeiro no Peru

''Derrota para o Real Garcilaso na estreia da Libertadores é cercada de fatores adversos desde a véspera da partida, irritando jogadores e dirigentes do time celeste''



A derrota de virada por 2 a 1 para o Real Garcilaso em Huancayo, esteve longe de ser a única dificuldade do Cruzeiro na estreia do atual campeão brasileiro na Libertadores. Desde a véspera da partida, a equipe celeste encarou diversos problemas no Peru, que culminaram nos atos racistas dirigidos ao volante Tinga por parte da torcida do Garcilaso durante o segundo tempo da partida..


Da dificuldade para treinar ao péssimo gramado, passando pelo comportamento vergonhoso da torcida peruana, o Cruzeiro volta a Belo Horizonte nesta quinta-feira - no domingo o time disputará o clássico diante do Atlético pelo Campeonato Mineiro - com as piores lembranças possíveis de Huancayo.

Racismo da torcida:

Pouco depois da virada do time peruano, o técnico Marcelo Oliveira substituiu Ricardo Goulart por Tinga, aos 21 minutos do segundo tempo. A entrada do volante deu início a um triste capítulo da Libertadores de 2014. A cada toque na bola do jogador, torcedores do Garcilaso imitavam um macaco. O jogador deixou o campo inconformado.

- Eu queria não ganhar todos os títulos da minha carreira e ganhar o título contra o preconceito contra esses atos racistas. Trocaria por um mundo com igualdade entre todas as raças e classes.

Os jogadores do Cruzeiro reforçaram a indignação do volante. Vítima de racismo em jogo da Libertadores de 2012, quando defendia o Vasco diante do Libertad, no Paraguai, Dedé utilizou o Twitter para expressar sua revolta.

- Somos negros, brasileiros e com muito orgulho da nossa cor e raça. Eu, Júlio Baptista, Tinga e outros negros estamos juntos. #racismonunca. Estou revoltado com o que aconteceu hoje (quarta) aqui no Peru, cambada de racistas, Deus nos fez iguais!
Tinga disputa a bola com Rodríguez, do Garcilaso. Volante foi vítima de racismo no Peru (Foto: AP)

Apagão no treino:

Os problemas do Cruzeiro no Peru começaram ainda na terça-feira. Como é de praxe, o time fez um treino no Estádio Huancayo, local do jogo. Mas a atividade só durou 20 minutos. Tudo porque o estádio ficou às escuras. A justificativa dos responsáveis é que a gasolina nos geradores que mantinham acesa a iluminação havia acabado. A diretoria celeste se ofereceu para pagar pelo combustível, mas foi informada de que não havia mais gasolina no local. O fato causou a revolta dos dirigentes do clube.

Éverton Ribeiro foi um dos que sentiram os efeitos da altitude no jogo contra o Garcilaso (Foto: AP)

Altitude:

Huancayo está situada 3.200 metros acima do nível do mar. A altitude é uma dificuldade histórica para os times brasileiros na Libertadores. O Cruzeiro foi superior ao Real Garcilaso no primeiro tempo do jogo e foi para o intervalo com a vantagem de 1 a 0, mas caiu de produção na segunda etapa, justamente quando faltou o fôlego. Com isso, o time peruano conseguiu a virada e saiu de campo vitorioso.

Gramado precário:

O gramado do Estádio Huancayo é sofrível. Cheio de falhas e buracos, é composto por mais de um tipo de grama, o que o torna ainda mais irregular. Além disso, um pequeno degrau a poucos centímetros da linha lateral pode causar danos aos atletas.

Vestiário sem água:

O Cruzeiro voltou para o vestiário após o primeiro tempo da partida e não havia água nas torneiras e nos chuveiros do acanhado vestiário do estádio. O detalhe é que tudo funcionava perfeitamente bem antes do início do jogo.

Gandulas lentos;

Já se tornou tradição em torneios sul-americanos. Mas não deixa de mexer com os nervos dos jogadores. Depois que o Real Garcilaso virou a partida, os gandulas, que antes trabalhavam em alta velocidade, passaram a agir lentamente, sob o olhar conivente do árbitro venezuelano José Argote e dos representantes da Conmebol.



Do: Pr. Joanes Silva Blog:> Fonte: Globoesporte.com

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