Algumas declarações de Francisco sobre o capitalismo desagradaram os religiosos
por Leiliane Roberta Lopes
Papa é marxista, dizem católicos conservadores
Algumas posições do Papa Francisco desagradaram os setores mais conservadores do catolicismo americano que consideram o novo líder católico, a menos de dois anos no comando da Igreja, como “marxista” e “ambientalista radical”.
Entre as declarações que desagradaram essa parte da população americana está o discurso da exortação apostólica publicada na Evangelii Gaudium onde Francisco afirma que rejeitava as teorias que afirmam que o livre mercado faz com que a riqueza, cedo ou tarde, seja distribuída.
O radialista americano Rush Limbaugh usou seu programa para criticar o líder católico dizendo que tal afirmação é “puro marxismo”. O programa foi ao ar no final de 2013 e o papa precisou se defender dizendo que a redistribuição da riqueza, as injustiças do sistema capitalista e a necessidade de ajudar os mais pobres é inspirada no Evangelho e não tem nada a ver com marxismo ou comunismo.
Na Fox News o papa argentino também foi criticado, dessa vez pela declaração a respeito das mudanças climáticas e ecologia. O jornalista Adam Shaw criticou o religioso e disse que Francisco “tinha uma pauta ambientalista radical”.
Shaw chegou a dizer na TV que o papa será um desastre para a Igreja Católica. “Como o presidente Obama, que foi uma decepção para os Estados Unidos, o papa Francisco demonstrará ser um desastre para a Igreja Católica”.
Para James Pethokoukis, jornalista e analista do American Entreprise Institute (AEI – sigla em inglês), é possível entender porque os conservadores estão contra o novo papa. “Muitos conservadores dos EUA sentem que João Paulo 2º e Bento 16 estavam do lado deles, pois pareciam apreciar que o livre mercado é algo bom para criar riquezas e oportunidades”, disse.
Mas Francisco adotou um discurso diferente, fazendo comentários contra o capitalismo, o que na visão de Pethokoukis é um erro, já que o modelo econômico “continua sendo uma força incrível nos últimos 200 anos para aumentar os níveis de vida de milhões de pessoas em todo o mundo”.
A BBC também conversou com William Doyle, professor de economia da Universidade de Dallas, no Texas, instituição católica, e ele se mostrou surpreso com essas declarações feitas pelos mais conservadores.
“João Paulo 2º e Bento 16 são mais bem vistos entre conservadores porque passaram muito mais tempo falando dos dogmas do catolicismo, sobretudo os relacionados à moral sexual (…) O papa Francisco desviou a conversa para o sofrimento que causa a pobreza e a indiferença diante dela, o que acredito que gera incômodos a alguns dos que tem muito dinheiro”, comentou.
Mas enquanto não agrada os conservadores, Francisco também não é bem visto pelos liberais americanos por conta dos escândalos sexuais que envolvem religiosos e pela postura em relação a questões morais.
O Papa Francisco deve passar pelos Estados Unidos em setembro deste ano e apesar dessas crises, deve ser bem recebido pelos católicos americanos, quer sejam republicanos ou democratas. “As pessoas se interessam por este papa porque tem um discurso diferente em muitos assuntos e uma personalidade muito atraente. Garanto que tanto democratas como republicanos vão querer fazer uma foto com ele”, disse James Pethokoukis.
por Leiliane Roberta Lopes
Algumas posições do Papa Francisco desagradaram os setores mais conservadores do catolicismo americano que consideram o novo líder católico, a menos de dois anos no comando da Igreja, como “marxista” e “ambientalista radical”.
Entre as declarações que desagradaram essa parte da população americana está o discurso da exortação apostólica publicada na Evangelii Gaudium onde Francisco afirma que rejeitava as teorias que afirmam que o livre mercado faz com que a riqueza, cedo ou tarde, seja distribuída.
O radialista americano Rush Limbaugh usou seu programa para criticar o líder católico dizendo que tal afirmação é “puro marxismo”. O programa foi ao ar no final de 2013 e o papa precisou se defender dizendo que a redistribuição da riqueza, as injustiças do sistema capitalista e a necessidade de ajudar os mais pobres é inspirada no Evangelho e não tem nada a ver com marxismo ou comunismo.
Na Fox News o papa argentino também foi criticado, dessa vez pela declaração a respeito das mudanças climáticas e ecologia. O jornalista Adam Shaw criticou o religioso e disse que Francisco “tinha uma pauta ambientalista radical”.
Shaw chegou a dizer na TV que o papa será um desastre para a Igreja Católica. “Como o presidente Obama, que foi uma decepção para os Estados Unidos, o papa Francisco demonstrará ser um desastre para a Igreja Católica”.
Para James Pethokoukis, jornalista e analista do American Entreprise Institute (AEI – sigla em inglês), é possível entender porque os conservadores estão contra o novo papa. “Muitos conservadores dos EUA sentem que João Paulo 2º e Bento 16 estavam do lado deles, pois pareciam apreciar que o livre mercado é algo bom para criar riquezas e oportunidades”, disse.
Mas Francisco adotou um discurso diferente, fazendo comentários contra o capitalismo, o que na visão de Pethokoukis é um erro, já que o modelo econômico “continua sendo uma força incrível nos últimos 200 anos para aumentar os níveis de vida de milhões de pessoas em todo o mundo”.
A BBC também conversou com William Doyle, professor de economia da Universidade de Dallas, no Texas, instituição católica, e ele se mostrou surpreso com essas declarações feitas pelos mais conservadores.
“João Paulo 2º e Bento 16 são mais bem vistos entre conservadores porque passaram muito mais tempo falando dos dogmas do catolicismo, sobretudo os relacionados à moral sexual (…) O papa Francisco desviou a conversa para o sofrimento que causa a pobreza e a indiferença diante dela, o que acredito que gera incômodos a alguns dos que tem muito dinheiro”, comentou.
Mas enquanto não agrada os conservadores, Francisco também não é bem visto pelos liberais americanos por conta dos escândalos sexuais que envolvem religiosos e pela postura em relação a questões morais.
O Papa Francisco deve passar pelos Estados Unidos em setembro deste ano e apesar dessas crises, deve ser bem recebido pelos católicos americanos, quer sejam republicanos ou democratas. “As pessoas se interessam por este papa porque tem um discurso diferente em muitos assuntos e uma personalidade muito atraente. Garanto que tanto democratas como republicanos vão querer fazer uma foto com ele”, disse James Pethokoukis.
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