terça-feira, 19 de maio de 2015

Menino achado em mala na Espanha vive agora em centro para imigrantes Menino de 8 anos foi encontrado pela polícia dentro de mala em aeroporto. !! ASSISTA A ESSE VÍDEO

Edição do dia 17/05/2015
17/05/2015 22h31 - Atualizado em 17/05/2015 23h05


Menino achado em mala na Espanha vive agora em centro para imigrantes
Menino de 8 anos foi encontrado pela polícia dentro de mala em aeroporto. Pai do garoto foi preso e vai responder por tráfico internacional de pessoas.

Arriscar a vida para fugir da fome, da guerra e da miséria. Milhares de imigrantes, em barcos improvisados, enfrentam o mar atrás do sonho de começar uma vida nova em países com mais oportunidades. Uma busca que se tornou uma tragédia humanitária.
Essa semana, 700 pessoas de Bangladesh e Mianmar foram resgatadas de um navio que afundava perto da costa da Indonésia. Elas tentavam chegar à Tailândia. Também essa semana, 400 imigrantes que estavam atravessando o mediterrâneo, da Líbia para a Itália, foram recolhidos.
Somente em 2015, 65 mil pessoas entraram ilegalmente na Europa pelo mar. Todos os dias, uma média de 400 pessoas tenta atravessar as únicas fronteiras secas entre a África e a Europa.
As cidades de Ceuta e Melilla que pertencem à Espanha, mas ficam no continente africano, grudadas ao Marrocos. Uma viagem de apenas 90 minutos de barco pelo estreito de Gibraltar separa Ceuta do continente europeu.
A equipe do Fantástico esteve em Ceuta. Lá, oficialmente, é Espanha, União Europeia. E, do outro lado de uma cerca, já é Marrocos, já é a África. Imigrantes ilegais de diversos países tentam entrar na Europa passando por lá.
Uma câmera de segurança flagrou a principal forma de ataque à fronteira. Um grupo de centenas de pessoas, na sua maioria homens, avança em direção às grades. Eles escolhem as primeiras horas do dia, quando a segurança é menor e tentam pular as defesas de arame e concreto.
Dezenas são presas, mas muitos conseguem passar.
Há poucos dias, uma das tentativas mais extremas de atravessar a fronteira foi da família de Abu.  O menino de oito anos, da Costa do Marfim, foi encontrado pela polícia espanhola dentro de uma mala, no dia 8. O operador do raio-x da fronteira se surpreendeu ao ver a imagem.
O pai de Abu, Ali, mora na Espanha e foi preso por tentar levar o filho dessa maneira para a Europa. Ele vai responder por tráfico internacional de seres humanos. A mãe de Abu, Luci, contou que a família está há três anos lutando com a burocracia espanhola para legalizar a entrada do filho. Sem sucesso.
Pessoas já tentaram se esconder em partes de carros - até mesmo dentro de bancos e painéis.
Por isso lá, o policiamento é rigoroso. São oito quilômetros de cercas contínuas, seis metros de altura, arame farpado no alto. Mesmo assim, os imigrantes que tentam entrar clandestinamente, quando descobertos, têm direitos garantidos.
Quem é pego é recolhido pela Cruz Vermelha e levado para o centro de acolhimento de imigrantes. São mais de 700 pessoas. Eles podem ficar lá dias, semanas ou anos. Sempre com a esperança de dar o grande salto para a Europa. O centro não é uma prisão, os imigrantes podem entrar e sair livremente, mas precisam voltar de noite para dormir. O menino Abu vive agora em um quarto até que a situação dele seja resolvida.
Lá os imigrantes são classificados, entre os que pedem asilo político porque fogem de guerra ou alguma forma de perseguição religiosa ou sexual, e os que imigram fugindo da miséria e da fome.
Podem ser devolvidos aos países de origem ou conseguir o sonho de chegar à Europa ganhando o asilo, de forma legal. Atualmente o maior número de imigrantes do centro veio daGuiné.
Como Ibrahim Turê, de 35 anos, casado e pai de quatro filhos. Ele tentou chegar à Europa sozinho, mas foi capturado. A família ficou para trás, mas ele esbanja otimismo ao dizer que vai conseguir chegar à Europa.
"Todas as pessoas devem ter o direito de viver onde quiserem". Quem diz isso é o homem que chefia o socorro aos imigrantes. Germinal Castilho, chefe da Cruz Vermelha completa: "são milhares de seres humanos cujo único desejo é viver como seres humanos, viver como nós."
E esperam que, no futuro, eles não precisem saltar cercas em busca de uma vida melhor.

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