Apesar de ser oficialmente laico, o Brasil ainda presencia casos de intolerância religiosa.
por Felipe Lemos
Associação de Liberdade Religiosa intensificará conscientização
Os dados não deixam dúvidas. A liberdade religiosa está sob ameaça no mundo. Conforme pesquisa da Pew Research, especializada no assunto, para 84% das pessoas no mundo praticar uma religião ou ter uma crença é importante. Mesmo assim, quando se fala de intolerância religiosa a luta contra esse tipo de situação ainda precisa melhorar.
Os dados desse mesmo instituto de pesquisas mostram que em 40% dos países do mundo é perigoso ter uma religião diferente da maioria. Por essa razão, a Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA, sigla em inglês) vai intensificar ações de conscientização no Brasil sobre o assunto.
No Brasil, a preocupação existe, apesar de o país ser oficialmente laico e legalmente ter alguns mecanismos para evitar a intolerância e o desrespeito. Entre as atividades previstas está a produção de artigos, eventos e encontros com lideranças religiosas para aprofundar a discussão junto aos órgãos governamentais. Um exemplo disso foi o encontro realizado esse ano no mês de maio.
A discussão sobre a importância de se discutir o tema ressurge principalmente por conta da grande influência de evangélicos na política e de algumas decisões judiciais que não contemplam aspectos doutrinários de algumas denominações.
No Brasil, conforme o Manual de Liberdade Religiosa, o tema da laicidade, tolerância e liberdade religiosa, começou a ser discutido no período do Brasil Colônia, mas somente em 1891 que vários artigos relacionados ao assunto foram incluídos na primeira Constituição republicana.
Para o pastor Rafael Rossi, secretário executivo da IRLA (Associação Internacional de Liberdade Religiosa) na América do Sul, essa luta precisa ser intensificada no país principalmente porque o respeito à religião é uma mão de duas vias, ou seja, a pessoa precisa respeitar a crença do outro mesmo não aceitando necessariamente esse modo de pensar diferente do seu.
“A Associação Internacional tem como base princípios de chamar as pessoas para promover ativamente os princípios da liberdade de religião ou crença, como desenvolvida no artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do corpo de instrumentos internacionais de direitos humanos”.
Conforme Rossi, a ideia é fomentar o trabalho de liberdade religiosa inclusiva. Isso significa que nenhuma religião ou crença predomina sobre outra, mas o trabalho é desenvolvido no sentido de garantir plena liberdade para a expressão religiosa seja de qual for a corrente. Essa plena liberdade envolve todas as áreas e inclui a tolerância especialmente no ambiente de trabalho e acadêmico. Também envolve respeito aos símbolos religiosos de cada uma das crenças existentes no Brasil.
Um exemplo da necessidade de respeito mútuo diz respeito à observância de dias sagrados. Recentemente um caso que chamou a atenção foi a decisão do Conselho Nacional de Justiça de negar que um candidato adventista realizasse prova para um concurso público fora do horário de sábado (que para esses religiosos é considerado dia sagrado).
“Esse tipo de notícia mostra que o assunto pode e merece continuar a ser discutido não apenas sob o aspecto jurídico, mas por outros ângulos”, finaliza Rafael Rossi.
Saiba mais sobre a IRLA em www.irla.org
por Felipe Lemos
Associação de Liberdade Religiosa intensificará conscientização
Os dados não deixam dúvidas. A liberdade religiosa está sob ameaça no mundo. Conforme pesquisa da Pew Research, especializada no assunto, para 84% das pessoas no mundo praticar uma religião ou ter uma crença é importante. Mesmo assim, quando se fala de intolerância religiosa a luta contra esse tipo de situação ainda precisa melhorar.
Os dados desse mesmo instituto de pesquisas mostram que em 40% dos países do mundo é perigoso ter uma religião diferente da maioria. Por essa razão, a Associação Internacional de Liberdade Religiosa (IRLA, sigla em inglês) vai intensificar ações de conscientização no Brasil sobre o assunto.
No Brasil, a preocupação existe, apesar de o país ser oficialmente laico e legalmente ter alguns mecanismos para evitar a intolerância e o desrespeito. Entre as atividades previstas está a produção de artigos, eventos e encontros com lideranças religiosas para aprofundar a discussão junto aos órgãos governamentais. Um exemplo disso foi o encontro realizado esse ano no mês de maio.
A discussão sobre a importância de se discutir o tema ressurge principalmente por conta da grande influência de evangélicos na política e de algumas decisões judiciais que não contemplam aspectos doutrinários de algumas denominações.
No Brasil, conforme o Manual de Liberdade Religiosa, o tema da laicidade, tolerância e liberdade religiosa, começou a ser discutido no período do Brasil Colônia, mas somente em 1891 que vários artigos relacionados ao assunto foram incluídos na primeira Constituição republicana.
Para o pastor Rafael Rossi, secretário executivo da IRLA (Associação Internacional de Liberdade Religiosa) na América do Sul, essa luta precisa ser intensificada no país principalmente porque o respeito à religião é uma mão de duas vias, ou seja, a pessoa precisa respeitar a crença do outro mesmo não aceitando necessariamente esse modo de pensar diferente do seu.
“A Associação Internacional tem como base princípios de chamar as pessoas para promover ativamente os princípios da liberdade de religião ou crença, como desenvolvida no artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do corpo de instrumentos internacionais de direitos humanos”.
Conforme Rossi, a ideia é fomentar o trabalho de liberdade religiosa inclusiva. Isso significa que nenhuma religião ou crença predomina sobre outra, mas o trabalho é desenvolvido no sentido de garantir plena liberdade para a expressão religiosa seja de qual for a corrente. Essa plena liberdade envolve todas as áreas e inclui a tolerância especialmente no ambiente de trabalho e acadêmico. Também envolve respeito aos símbolos religiosos de cada uma das crenças existentes no Brasil.
Respeito a dias de guarda
Um exemplo da necessidade de respeito mútuo diz respeito à observância de dias sagrados. Recentemente um caso que chamou a atenção foi a decisão do Conselho Nacional de Justiça de negar que um candidato adventista realizasse prova para um concurso público fora do horário de sábado (que para esses religiosos é considerado dia sagrado).
“Esse tipo de notícia mostra que o assunto pode e merece continuar a ser discutido não apenas sob o aspecto jurídico, mas por outros ângulos”, finaliza Rafael Rossi.
Saiba mais sobre a IRLA em www.irla.org
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