sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014




Católicos se unem contra espetáculo “Jesus Cristo Superstar”


A peça gera polêmica há quatro décadas por mostrar relacionamento de Jesus com Maria Madalena
Católicos se unem contra espetáculo "Jesus Cristo Superstar"

Grupos de católicos de São Paulo estão se unindo para impedir a estreia de “Jesus Cristo Superstar” que será lançada no teatro do Instituto Tomie Ohtake no dia 14 de março.

Pela internet a Associação Devotos de Fátima fez uma petição defendendo o cancelamento do financiamento de R$ 5,7 milhões oferecidos pela Lei Rouanet.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Marcos Luiz Garcia, 30 anos, coordenador de campanhas da organização, disse que não se trata de censura, mas de um direito. “É um direito que temos de pedir que nosso dinheiro não seja utilizado para atacar nossos valores e nossa fé”.

A petição é endereçada ao Ministério da Cultura e à ministra Marta Suplicy. No texto os católicos afirmam que a peça teatral é uma blasfêmia e que não deve ser financiada com dinheiro público.

“Não é lícito ao Estado laico violentar barbaramente a fé de milhões de pessoas, promovendo, com dinheiro dos contribuintes, o evento blasfemo que ocorrerá no dia 14 de março, com o lançamento da ópera-rock ‘Jesus Cristo Superstar’”, diz trecho do texto.

Quase 30 mil pessoas já assinaram a petição que tem também o apoio da Associação Sagrado Coração de Jesus de outros blogs e páginas do Facebook que concordam que a peça ofende a fé cristã.

“A peça ofende a imagem de Cristo porque apresenta uma versão da história a partir do ponto de vista de Judas e tem coreografias com mulheres seminuas”, disse Fábia Johansen, 27 anos, membro da Devotos de Fátima e assessora da Sagrado Coração de Jesus.

O diretor do musical, Jorge Takla, foi ouvido pela Folha para comentar a crítica e afirmou que também é católico e que respeita a Bíblia. “Toda obra de ar, quando é boa, pode ser considerada transgressora”, disse ele. “Só que ‘Jesus Cristo Superstar’ trata do tema com delicadeza e extremo respeito à Bíblia”.
Polêmica desde sua criação

A primeira estreia da peça aconteceu em 1971 na Broadway, nos Estados Unidos, e gerou muita revolta entre cristãos. Os principais motivos para tantos protestos é o espaço que Maria Madalena ganha na história por sentir forte atração sexual por Jesus.

Outro ponto criticado na obra é o papel de Judas Iscariotes que não aceita a divindade de Jesus. Na versão brasileira Judas vai confrontar esse assunto com Jesus dizendo: “Quando tudo isso começou, não te chamavam de Deus, você era apenas um homem”.
Protestos cancelaram versão russa do musical

Em 2012 protestos de cristãos ortodoxos conseguiram cancelar a apresentação do musical em Rostov. A ópera-rock de Andrew Lloyd Webber seria apresentada pela companhia teatral russa e pela Filarmônica de Rostov. O cancelamento deixou os artistas surpresos e fez com que reascendesse a polêmica sobre como a religião interfere na vida dos russos.

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