Brasileiros morrem após avião em que estavam ser abatido pelo governo venezuelano
Dois brasileiros morreram após o avião em que estavam ser abatido pela Força Aérea Venezuelana, na cidade de Ricaurte, na Venezuela. De acordo com o governo local, os amazonenses Klender Hideo de Paula Ida, de 24 anos, e Fernando César Silva da Graça, de 29, transportavam 616 pacotes de cocaína, procedentes da Colômbia.
O caso aconteceu na madrugada do último domingo. Segundo o governo, a aeronave, modelo Embraer EMB-820C Navajo, foi abatida por ser considerada “invasora” e foi detectada pelo sistema de inteligência das forças armadas ainda na fronteira entre Venezuela e Colômbia. De acordo com a Força Aérea Venezuelana, dois aviões tipo caça decolaram para abordar os tripulantes brasileiros e orientá-los a desistir do voo. Os dois, no entanto, teriam tentado fugir dos militares que abriram fogo e abateram o avião. Autoridades venezuelanas informaram ainda que, antes da abordagem, os brasileiros já haviam tentado esconder o prefixo da aeronave, a fim de despistar a fiscalização.
Piloto queria parar de voar
Há cerca de três anos como piloto da companhia aérea Jamil Tur, Klender já não se mostrava muito interessado em continuar na carreira. Em entrevista ao EXTRA, o tio dele, João Marcos Silva, contou que, em almoço na última sexta-feira, o rapaz contou que queria parar de voar e pensava em voltar para a faculdade de Engenharia Mecatrônica, que havia trancado. O parente acredita que o sobrinho pode ter sido vítima de uma emboscada.
- Almoçamos na sexta-feira e ele me falou que estava pensando em parar e voltar pra faculdade. Era um menino muito querido e de um caráter irretocável. Eu acredito que ele tenha sido vítima de uma sabotagem, que foi contratado pra fazer uma viagem e, chegando lá, não teve outra alternativa. A gente sabe como funcionam esses comandos de organizações criminosas. Era um menino incrível, não tem nada pra dizer da conduta dele - diz João Marcos.
O tio de Fernando, Anselmo Silva, contou que a família não tinha notícias do rapaz há cerca de três meses. No último contato, ele disse que estava trabalhando com transporte de cargas.
- Nunca imaginamos que ele pudesse estar metido com uma coisa dessas. Ele tinha sumido há uns três meses. Da última vez que ele apareceu, disse que estava trabalhando como transportador de cargas de cimento de Manaus para Boa Vista. Mas a gente não imagina o que passa na cabeça de um rapaz de 29 anos, independente - conta o tio.
Segundo o parente, a família tem tido dificuldades para liberar o corpo de Fernando. Anselmo conta que pensa em ir para a Venezuela para agilizar o processo de trazê-lo ao Brasil.
- A família fica a ver navios, sem muita informação. A gente pensa em ir pra lá pra tentar agilizar, mas não sei se adianta também chegar lá e ficar perdido. Tudo que a gente quer é trazer o corpo dele para dar um enterro digno. E isso precisa ser resolvido logo. A família está sofrendo muito. A mãe dele está à base de tranquilizantes - explica Anselmo.
Com os brasileiros, foram encontrados 500 dólares, 1700 pesos colombianos e apenas R$ 3, em moedas. O Itamaraty informou que foi noticiado sobre o abatimento pelo governo venezuelano. Os corpos ainda aguardam liberação, no Hospital Central de Valência, na Venezuela, e devem seguir para o Brasil nos próximos dias. O Ministério de Relações Exteriores informou ainda que um representante brasileiro vai acompanhar as investigações comandadas pela polícia venezuelana e que está em contato com as famílias das vítimas para prestação de apoio consular.
O EXTRA tentou contato com a Jamil Tur, empresa em que Klender trabalhava, mas não foi atendido.
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