Nepal é atingido por novo terremoto de 6,7 graus; número de mortos passa de 2 mil
Mais de 4 mil ficaram feridos. Réplicas de primeiro tremor também atingiram a Índia
Diptendu Dutta/AFP
Centenas de prédios - alguns históricos - da capital do país, Katmandu, ruíram por conta dos abalos sísmicos
As equipes de resgate tentavam, neste domingo (26), encontrar sobreviventes do terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o Nepal e alguns países vizinhos e que deixou até agora mais de 2.200 mortos, enquanto vários países anunciaram o envio de ajuda econômica e de socorristas. Pela manhã, novos tremores secundários atingiram o país, entre eles um de magnitude 6,7. Em Katmandu, a capital, as pessoas passaram a noite ao relento ou em barracas.
O porta-voz da polícia nacional, Kamal Singh Ban, disse que no Nepal o número de mortos chegava a 2.152 pessoas, enquanto 4.629 teriam ficado feridas. Um balanço anterior informava sobre 1.953 mortos. Na Índia, as autoridades estimam em 57 o total de mortos, contra um balanço anterior de 53. A televisão estatal chinesa afirmou, por sua vez, que 17 pessoas morreram na região do Tibete.
O terremoto de sábado foi o pior a atingir o Nepal em 80 anos e o número de mortos pode ser ainda maior, indicou um funcionário da ONG Médicos do Mundo, que disse que as organizações humanitárias têm dificuldades para avaliar a magnitude da catástrofe. Os Estados Unidos anunciaram o envio de equipes de socorro e o desbloqueio de uma primeira parcela de um milhão de dólares. Especialistas da União Europeia viajarão à zona afetada e Berlim, Londres, Paris e Madri prometeram ajudas, enquanto a Noruega anunciou o desbloqueio de 3,5 milhões de euros.
A Índia evacuou seus cidadãos através de aviões militares, enquanto 62 equipes de resgate chinesas chegaram à região com cães treinados. "Mobilizamos todos os nossos recursos para a busca e o resgate", disse o porta-voz da polícia nacional do Nepal, Kamal Singh Bam. "Enviamos helicópteros às áreas remotas. Estamos buscando entre os escombros dos edifícios que desabaram para ver se conseguimos encontrar alguém".
AFP
Hospitais cheios
Em Katmandu, centenas de edifícios desabaram. A histórica torre Dharahara, uma das maiores atrações turísticas da cidade, não resistiu aos abalos e seus nove andares vieram abaixo, deixando uma montanha de escombros. Durante a noite, os contínuos tremores secundários seguiram atingindo a capital do país. "Não pudemos dormir por toda a noite. Como poderíamos ter dormido? O chão não parava de tremer", disse Nina Shrestha, um jovem que trabalha no setor das finanças.
Os hospitais estavam cheios de feridos, a maioria com fraturas múltiplas e traumatismos. Muitos médicos atendiam as pessoas em tendas de campanha anexas devido à grande quantidade de feridos, mas também porque muitas pessoas tinham medo de entrar no edifício.
O terremoto bloqueou as estradas da capital e provocou danos no aeroporto internacional, que precisou ser fechado por motivos de segurança. As comunicações, a eletricidade e a água corrente foram cortadas, indicou a ONG Oxfam, que "se prepara para levar água potável e artigos de primeira necessidade", segundo a diretora de seu escritório no Nepal, Cecilia Keizer.
Segundo a previsão meteorológica, neste domingo haverá chuva em Katmandu, o que complicará a situação dos afetados.
"Achei que estava morto"
O executivo do Google Dan Fredinburg foi um dos montanhistas cuja morte foi confirmada na avalanche do Everest. George Foulsham, biólogo marinho residente em Cingapura, lembrou o momento em que foi derrubado pelo que descreveu como "um edifício branco de 50 andares". "Corri, mas a neve me derrubou. Tentei me levantar, mas me derrubou outra vez. Não podia respirar, pensei que estava morto", explicou. "Quando no fim consegui me levan
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