terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A dinamite e missões


Por Rosivaldo Silva Santos

A dinamite e missões

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1.8)



Já não é novidade entre os ciclos evangélicos a origem grega da palavra poder usada por Jesus em Atos 1.8. temos aprendido com muitos mestres o que significa a palavra dunamis traduzida por poder na nossa Bíblia em português Dunamis significa poder para fazer milagres, força extraordinária para fazer maravilhas, etc. essa palavra deu origem a palavra dinamite que é um explosivo altamente destrutivo usado em implosões de prédios e em explosões de grandes pedras nas pedreiras. O texto de Atos 1.8 então, também poderia ser escrito assim: “Mas recebereis dinamites ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis meus instrumentos para explodirdes cidades, estados, nações e até os confins do mundo.”
Certamente não foi sem motivo que Deus guiou a a história de modo que os linguistas e filólogos atribuissem ao explosivo o mesmo nome usado para o poder prometido por Jesus no livro de Atos.
Essa metáfora revela precisamente o que o evangelho é: o poder explosivo de Deus em atuação no mundo. O evangelho muda as pessoas. A transformação de caráter da qual a humanidade carece apenas o evangelho pode realizar. Mas parece haver uma contradição entre o que acabo de afirmar e o que vemos diariamente até mesmo nos ciclos cristãos. Embora o avanço da obra missionária esteja ocorrendo com menor velocidade do que deveria, todavia de alguma forma ele está havendo. Mas porque será que as mudanças não têm acontecido onde o evangelho tem chegado? Onde estão as explosões dramáticas no coração das pessoas que estão conhecendo o evangelho?
Bem, acredito que há dois sérios problemas que não tem permitido que o evangelho faça o que de melhor ele faz, que é mudar as pessoas: em primeiro lugar acredito que as pessoas não estão crendo de verdade. Elas estão aderindo às igrejas e tem “consumido” o que as igrejas lhes têm servido, mas em seus corações falta sinceridade no crer. Sua fé é vazia de veracidade, elas não têm crido sinceramente. Em vez disso, elas têm acreditado que os crentes são boas pessoas e que os pastores são gente de Deus, mas apenas isso. Falta sinceridade na fé e fé sem sinceridade não é fé no Deus vivo. Faltam mudanças nas pessoas porque elas tem se privado do poder de Deus que flui por meio do evangelho. O apóstolo Paulo nos diz em Romanos 1.16: “Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (…)” o evangelho é o poder de Deus que salva a todo aquele que crê, mas essa fé precisa ser autentica. O Senhor Jesus falou aos judeus em uma das suas principais festas: “Aquele que crê em mim como diz as Escrituras, do seu interior fluirão rios de águas vivas” . Não basta crer, é necessário que as pessoas creiam do modo correto, esse modo correto é modo ensinado pelas Escrituras. Muitas pessoas alegam crer, mas o modo como elas creem jamais poderá ser dito que é segundo as Escrituras. A palavra fé no grego é pistes que significa fidelidade. Jesus não diz para acreditarmos Nele, mas para sermos fieis a Ele. Em segundo lugar, as pessoas não estão experimentando salvação e transformação porque lhes falta à pregação do autentico evangelho. A dinamite é composta principalmente por pólvora. O que faz a explosão acontecer é a pólvora. Muitos pregadores estão usando areia ao invés de pólvora e mesmo assim estão esperando que as explosões ocorram! Paulo diz a Timóteo: “prega a palavra” os pregadores estão em dívida com a verdadeira pregação. Há mais psicologia do que Bíblia nos púlpitos contemporâneos. Em outras palavras há mais areia do que pólvora dentro das dinamites que estão sendo usadas em nossos dias.
Um estudo minucioso no Novo Testamento nos mostrará que sempre que a pregação do evangelho é citada na Bíblia logo em seguida aparece a palavra poder (dunamis). Senão vejamos:
 Os setenta foram enviados a pregar e junto com a pregação fazer milagres (Lc. 10);
 O “ide” de Jesus em Marcos 16 é seguido por “estes sinais”;
 Paulo declara aos Coríntios: “quando fui ter convosco (…) a minha palavra consistiu em manifestação de poder” (I Co. 2);
 Antes da sua ascensão aos céus Jesus prometeu: “Recebereis poder (…) e ser-me-eis testemunhas (…) – At. 1.8.
Se eu preciso de pelo menos quatro textos bíblicos para compreender uma doutrina, acabo de mostrar claramente que a pregação seguida pela operação de maravilhas é uma doutrina neotestamentária. No Novo Testamento a pregação do evangelho jamais aparece divorciada do poder espetacular de Deus para realizar sinais e maravilhas. Mas uma coisa muito interessante é que Deus promete derramar poder justamente sobre os que vão pelo mundo inteiro pregar o evangelho a toda a criatura. A promessa magistral registrada por Marcos após a ressurreição de Jesus é concedida aos que em obediência ao chamado de Deus vão. Aprendi que todas as promessas de Deus possuem condições especificas para as recebermos. Assim a promessa dos sinais miraculosos tem como condição inegociável a obediência dos que saem pelo mundo anunciando o evangelho da graça de Deus ao mundo perdido. Deus promete derramar fogo do céu sobre a dinamite que está nas mãos dos que pregam o evangelho. Quando o fogo de Deus é derramado sobre os pregadores, a dinamite do evangelho que foi espalhada durante a pregação explode e quando ela explode, há transformações, libertação, cura e acima de tudo isso há perdão de pecados, salvação de almas e santificação de conduta.
A metáfora da dinamite nos fala sobre a necessidade de termos a autentica pólvora do evangelho em nossa missão e nos mostra a urgência que temos do fogo divino que incendeia e faz explodir a dinamite. Por essa razão precisamos insistir com Deus em oração para que Ele nos capacite com seus dons e com seu poder. Hernandes Dias Lopes costuma afirmar que quando o pregador é um graveto seco nas mãos de Deus, por meio dele ao descer o fogo do céu até os gravetos verdes serão incendiados. Ao perguntarem a D. L. Moody sobre como um avivamento começa ele respondeu: “acenda uma fogueira no púlpito”. O pregador do evangelho deve ser uma brasa humana ardendo pela glória divina. Todos os missionários que foram aos campos, por maior tradicionalismo que tenham a prendido, quando ousaram ir aos campos provaram coisas que alguns deles sequer criam. Não importa o estilo do missionário, ele poder ser pentecostal ou conservador, quando chegar aos campos ele verá, sentirá e fará coisas que jamais imaginou que viveria. O evangelho por si mesmo é um barril de pólvora preste a explodir para modificar os homens e salvar suas almas.
Salvação é o resultado máximo de como ficará o homem a quem a palavra de Deus foi anunciada. Quando as bombas americanas foram lançadas sobre Nagasaki e Hiroshima, os efeitos puderam ser sentidos ali e bem longe dali. As bombas atômicas com todo o seu potencial destrutivo, sequer chegam aos pés da dinamite de Deus no momento em que ela é incendiada pelo evangelho. Os efeitos não são apenas geográficos e biológicos, eles são também espirituais e eternos! Acredito que posso fazer uma paráfrase das palavras de Jesus: “orai ao Senhor das batalhas para que Ele mande soldados para espalharem a pólvora do evangelho e assim explodir os campos do inimigo”.
Deus está chamando você cuja vida foi alcançada pela salvação divina para se tornar um soldado da salvação. Queira ser o valente que a sua geração precisa. Aceite ser o que Deus quer que você seja. Talvez você não saiba, mas sua geração conta com sua bravura e dessa bravura associada a sua obediência depende a salvação de multidões.
Quando o Último Dia da espécie humana chegar, quando Jesus vier levar seu povo para habitar as mansões celestiais, quando você vir pessoas subindo pelas fileiras que conduzem ao céu e pessoas descendo as fileiras para o abismo do inferno em qual das duas fileiras estarão os frutos das suas mãos? Sua vida será um instrumento de salvação ou de perdição para as almas dos homens?

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