A maior epidemia de ebola da história pode ter começado com um garoto que brincava com morcegos, no interior da Guiné. Seu nome era Emile Ouamouno, segundo estudo realizado em Berlim, após uma pesquisa que envolveu dezenas de cientistas e meses de trabalho. Os morcegos estariam em uma das árvores na periferia de um vilarejo de apenas 31 casas.
O trabalho do Instituto Robert Koch foi publicado na revista EMBO Molecular Medicine e indicou que o “ponto zero” da epidemia que já infetou mais de 20 mil pessoas e levou países africanos ao caos teria sido o vilarejo de Meliandou, na região de Guéckédou.
O primeiro caso, justamente do garoto de 2 anos, foi registrado em dezembro de 2013. Dias depois, ele morreu. Em março, parte do buraco na árvore em que se alojavam morcegos foi queimada, justamente para espantar os animais que, entre os moradores locais, eram considerados como os responsáveis pela doença. Nesse momento, outras dez pessoas do mesmo vilarejo já haviam morrido, entre elas a mãe e a irmã de Emile.
Os pesquisadores admitem que não há provas definitivas de que essa tenha sido a forma pela qual a epidemia começou. Mas, segundo os antropólogos que entrevistaram os moradores e os testes de DNA na árvore queimada, a hipótese faz sentido. A comunidade internacional já destinou mais de 1 bilhão de dólares para lutar contra a doença. Mas a OMS admite que não sabe quando conseguirá controlar a doença, que já matou quase 8 mil pessoas.
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