quinta-feira, 19 de junho de 2014

Pastor Ricardo Gondim defende realização da Copa do Mundo no Brasil e diz que argumentos contra “não passam de demagogia”

Pastor Ricardo Gondim e o neto antes da partida de estreia do Brasil na Copa do Mundo

O pastor Ricardo Gondim afirmou que boa parte das reclamações dos brasileiros contra a Copa do Mundo “não passa de demagogia”, pois apesar da insatisfação com a corrupção, pouco se faz por iniciativa individual a fim de ajudar o próximo.

O texto, publicado no site pessoal do pastor, propõe uma reflexão sobre os motivos pelos quais ele não considera “um absurdo” a realização da Copa do Mundo no Brasil.

“Deve ter havido manipulação no preço das cadeiras, nos canos hidráulicos, na iluminação e nos telões de cada estádio recém construído. Mas, espere, essas excrescências não existem em tudo – eu disse, tudo – o que se faz com dinheiro público? No Brasil, roubam, imaginem os senhores, da merenda escolar. Recentemente, não pude conter o riso quando li a notícia de que um bando vendia túmulos em cemitérios públicos com ágio. Túmulos?, pensei. Não adianta culpar o governo do PT ou, especificamente, a presidenta Dilma. Quando desviaram bilhões nas privatizações da Embratel e da Vale do Rio Doce, o governo era PSDB. No escândalo dos “anões do orçamento”, que sumiu com milhões destinados para adquirir ambulâncias, deputados de diversos partidos (a maioria, evangélicos) foram indiciados”, listou Gondim.

Segundo o pastor da Igreja Betesda, é preciso agir de acordo com o discurso na hora de ponderar sobre os acontecimentos da sociedade brasileira, e especificamente, sobre a influência da realização da Copa do Mundo no país.

“O arrazoamento da necessidade de otimizar os recursos públicos, parte de pessoas que gastam seu dinheiro com supérfluos. O último que me deu uma lição de humanidade sobre como o Brasil deve gastar sua riqueza, calçava sapatos que custavam pelo menos 800 reais o par. Ora, ora, mulheres que deixam 300 reais em cabeleireiro e homens que pagam 500 reais em jogo de rodas de liga leve para o automóvel ou 600 reais por um par de tênis não deviam doar esse dinheiro para a APAE? Na verdade, reclamar dos gastos com a Copa, na enorme maioria das vezes, não passa de demagogia. Certa mulher derramou um vidro de perfume caríssimo sobre a cabeça de Jesus. Judas reclamou na hora: Esse dinheiro podia ser gasto com os pobres. O escritor do evangelho corrigiu sem titubear. Ele disse isso não por se preocupar com os pobres, mas porque era ladrão. E Jesus afirmou: a iniciativa da mulher tinha razão de ser no contexto de sua vida; por isso, devia ser elogiada”, escreveu o pastor.

Sobre a tese de que “dinheiro público não deve ser gasto com esse tipo de evento”, Ricardo Gondim enumera perguntas que, a seu ver, devem ser respondidas antes de se chegar a uma conclusão sobre benefícios ou malefícios da realização de uma Copa do Mundo no Brasil.

“Quanto de dinheiro público foi gasto com a visita do papa Francisco ao Brasil? Quem paga a polícia que protege as micaretas? Qual a despesa do município com o Réveillon do Rio de Janeiro? Alguém já calculou o impacto econômico das Marchas Gay e Pra Jesus? Por onde elas seguem, o comércio não funciona e empregados, que ganham por comissão, perdem salário. Ambulâncias que precisam salvar vidas são obrigadas a desviar a rota porque tem gente dançando atrás de um trio elétrico. Quanto a cidade de Caruaru investe com festa junina?”, questiona o pastor, antes de acrescentar que “especificar a Copa na reivindicação de melhor uso do dinheiro que o Estado arrecada pode ser mera manipulação de grupos que desejam posar como autênticos defensores dos bens públicos”.

Por fim, Gondim sugere àqueles que não são seduzidos pelo futebol e/ou pela disputa da Copa do Mundo que se recolham e busquem a Deus, ao invés de discursarem de forma demagoga: “Aconselho quem não gosta de futebol e acha intolerável o país inteiro se acender em torno de 11 marmanjos correndo atrás de uma bola: faça um retiro espiritual em algum lugar remoto. Só não pose de paladino da honestidade, de altruísta ou de fiscal dos recursos públicos. E deixe os outros, que gostam do esporte bretão, terem o direito de se divertir por uns dias. Eu prometo torcer como nunca pela seleção do meu país. E se o Brasil perder, sofrerei por Portugal ou Argentina”, provocou

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