terça-feira, 30 de junho de 2015

Grécia não paga dívida de € 1,6 bilhão ao FMI !!!!

30/06/2015 19h21 - Atualizado em 30/06/2015 19h45

Grécia não paga dívida de € 1,6 bilhão ao FMI

País não cumpriu o prazo para pagar parcela devida ao Fundo.
Pacote de ajuda também expirou nesta terça-feira (30) sem ser prorrogado.

Do G1, em São Paulo
Negociações entre a Grécia e seus credores não tiveram sucesso (Foto: Alkis Konstantinidis/Reuters)Negociações entre a Grécia e seus credores não tiveram sucesso (Foto: Alkis Konstantinidis/Reuters)
Grécia não pagou a parcela de € 1,6 bilhão de sua dívida que venceu às 19h (horário de Brasília) desta terça-feira (30), confirmou poucos minutos depois do prazo o Fundo Monetário Internacional (FMI), credor do pagamento.
O FMI também disse, minutos depois, que vai considerar pedido feito horas antes por Atenas para prorrogar o prazo até novembro.
Também expirou, às 19h, o pacote de ajuda que entrou em vigor em 2012 e não foi prorrogado pelo Eurogrupo – já que não houve acordo entre Atenas e os credores.
Pela manhã, o ministro da Fazenda grego, Yanis Varoufakis, disse que não pagaria a parcela ao FMI. Horas depois, a Grécia pediu a prorrogação do prazo da dívida até novembro. O FMI ainda não se manifestou oficialmente. Tecnicamente, o Fundo só considera calote o atraso de mais de seis meses no pagamento das dívidas, a partir da data do vencimento.
Sem um acordo até o prazo, a última parcela da ajuda, de € 1,8 bilhão, não está mais disponível para a Grécia – e não foi prorrogada pelo Eurogrupo –, e títulos de € 10,9 bilhões para cobrir o custo de recapitalização dos bancos serão cancelados, informou nesta terça o EFSF – órgão criado em 2010 para ajudar países europeus afetados pela crise econômica.
O Banco Central Europeu (BCE) e a União Europeia (UE) exigiram, em troca da ajuda financeira, que a Grécia fizesse uma série de reformas econômicas que incluem medidas como aumento de impostos e cortes nas aposentadorias. O esforço fiscal seria da ordem de € 2 bilhões. Mas a Grécia não aceitou fazer essas reformas.
Nas últimas semanas, houve diversas tentativas de acordo em negociações entre o governo grego e ministros da zona do euro, sem sucesso. A Grécia recusou as exigências, alegando que elas prejudicariam ainda mais a situação econômica do país.
Há ainda um fator político: o premiê grego, Alexis Tsipras, venceu as eleições em janeiro com a promessa de acabar com medidas de "aperto financeiro" como as do governo anterior.
Na sexta-feira (26), Tsipras convocou um referendo para que a população diga se quer ou não que a Grécia aceite as reformas econômicas impostas pelos credores. Em pronunciamento pela TV na segunda (29), o premiê pediu que os gregos escolham o "não".
Assustados com a crise, os gregos iniciaram uma corrida aos bancos para retirar seu dinheiro das instituições. Com a onda de retiradas, o governo anunciou neste fim de semana "feriado bancário", que teve início na segunda.
Na noite de segunda, milhares de gregos reuniram-se em frente ao Parlamento em Atenas para dizer "não" às reformas exigidas pelos credores. Tsipras disse que vai respeitar a decisão do povo "qualquer que seja", e que após a votação o governo retomará as negociações. "O referendo dará à Grécia melhores armas para negociar", afirmou.
O referendo, porém, foi marcado para 5 de julho, quando já terá vencido o prazo de pagamento.

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