Aécio Neves não só foi a surpresa final deste primeiro turno das
eleições presidenciais brasileiras como também sua vitória, maior do que
a prevista em todas as pesquisas, deve-se a ele pessoalmente. Tratou-se
quase de um fenômeno em termos de psicologia: sua capacidade de reação
frente a uma derrota anunciada e de alguma forma já aceita até por seu
partido.
Neves cresceu em vez de se apequenar quando o terremoto Marina Silva o
esmagou de tal forma que ele foi inclusive aconselhado a desistir.
Arregaçou as mangas e anunciou que seria o vencedor capaz de disputar um
segundo turno contra a Presidenta candidata Dilma Rousseff, que era
tudo o que o partido dela, o PT, não desejava.
Sua posição de terceiro na disputa, um candidato em quem ninguém
apostava diante da força da ecologista Silva, o levou a reagir inclusive
nos debates, que acabou vencendo.
Não sei se conscientemente ou não, o que garantiu a vitória a Neves foi o
fato de ter aparecido em todas as suas manifestações exteriores,
entrevistas e debates, como o mais brasileiro de todos os candidatos.
Revelou isso de modo cristalino em sua despedida de um minuto e 40
segundos no último e mais importante dos debates televisivos, o da TV
Globo, com 50 milhões de telespectadores.(Do El País - Juan Arias)
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